7.20.2009

O melhor concerto do ano!

Para mim, foi. E não é fácil dizer isso após ter ouvido a voz e bateria potente dos Placebo ou a electrónica infernal dos Prodigy. Foi porque é a minha banda preferida. Foi porque é a primeira vez que actuaram em Portugal. Foi porque saltei quase todas as músicas. Foi porque estive bem perto do palco e a energia que se sente é contagiante e enorme. Enorme foram eles...que até tocaram duas vezes uma música a meio do concerto. Eu tinha muita expectativa, muita mesmo, mas eles superaram e de que maneira. Fiquem com as palavras de um jornalista, são mais eficazes que as minhas:

"Um quarto de hora antes do previsto, os The Killers subiram ao palco para receber a ovação da noite e presentear o muito público presente com uma actuação digna de uma extraordinária noite de Verão, repleta de suor, adrenalina e boa música.

Se para Duffy conquistar o público era uma epopeia, os The Killers estavam claramente a jogar em casa e os resultados foram bastante melhores que os do Belenenes a época passada.

Quando se é cabeça-de-cartaz a probabilidade de sucesso é grande (arriscamos que 90% das pessoas estava cá para os ver e os restantes para serem vistos, como muitas vezes acontece nestes eventos), quando se trata de uma estreia só um cataclismo de dimensão bíblica poderia impedir que as coisas corressem mal e mesmo para esse caso o Cristo-Rei estava de prevenção.

Os The Killers surgiram confiantes, descomplexados e abriram com "Human", um argumento de peso. A música, campeã de airplay em Portugal teve um efeito avalanche e não é difícil adivinhar o estado de pânico em que ficará o tratador da relva amanhã quando retirarem a alcatifa, tantos os pulos que se viram no Estádio do Restelo (ao que parece, nos jardins de Belém o efeito foi semelhante, o que atesta a qualidade do som no Super Bock Super Rock). 

Brandon Flowers confirmou os créditos que lhe vinham sendo atribuídos e não deixou dúvidas quanto ao facto de estarmos perante um performer exemplar, até no sentido de exibir tiques de vedeta que ajudam a criar os mitos. O vocalista, à semelhança do que vem acontecendo nos últimos concertos, não se deixou fotografar pelos jornalistas (as imagens foram captadas pelo fotógrafo da banda e disponibilizadas à imprensa alguns minutos após o final do concerto) para que possa ter controlo sobre a sua imagem, limpa e aprumada, ao melhor estilo Ricky Martin.

Os tique de vedeta egocêntrica e ambiciosa (há meses afirmou que os The Killers vão ser maiores que os U2 e desvalorizou os Nirvana, sobretudo o líder, Kurt Cobain), contrastam com o altruísmo revelado à partida:

"Somos os The Killers e esta noite somos todos vossos", atira o guru espiritual de uma noite que os presentes vão querer recordar por muitos anos. 

No que aos trajes diz respeito, os colegas evidenciam as influências rock dos anos 70 e mais parecem saídos dos Lynyrd Skynyrd, referência musical que transpira em todos os álbuns. No entanto, estes rapazes não se limitam ao retro bafiento e oportunista. Acrescentam-lhe laivos de contemporaneidade que resultam num produto aliciante e capaz de agradar aos novos e aos velhos do Restelo.

"Somebody Told Me", o single que deu a conhecer os The Killers ao mundo, foi recebido com o entusiasmo característico de um clássico, algo que só viria a repetir-se com "The World That We Live In" (acompanhada por imagens de paisagens idílicas), alguns minutos mais tarde. Não se pense, contudo, que nos entretantos o concerto esmoreceu porque não faltaram motivos de interesse . 

"Spaceman", o segundo single extraído do álbum "Day And Age" foi o momento da noite pela comunhão, cada vez menos comum que possibilitou. O entusiasmo entre o público foi tal que a banda de Las Vegas não se fez rogada e, sem delongas, repetiu-a, desta vez cantada a uma só voz pelos mihares que deixavam pouca alcatifa visivel. 

Brandon fala pouco, mas comunica como ninguém...e o público entende a mensagem na perfeição, não se escusando a retibuir com palmas, gritos e cânticos roubados à mais fervorosa e indefectível das claques de futebol. 

A estreia dos The Killers em palcos nacionais, tardia, como reconheceu a própria banda, saldou-se por um retumbante sucesso e a promessa de um regresso foi garante de mais uma ovação, amplamente merecida."

Alinhamento

Human

This Is Your Life

Somebody Told Me

For Reasons Unknown

The World We Live In

Joy Ride

Bling (confessions of a King)

Shadowplay

Smile

Losing Touch

Spaceman

Spaceman

Dustland

Read My Mind

Mr. Brightside

All These Things That I’ve Done

Encore 

I Can’t Say

Jenny Was A Friend Of Mine

When You Were Young

in MusicaOnline.sapo.pt

Melhor que palavras? Música e vídeo:

4 comentários:

Spike Spiegel disse...

Bem a nível de concertos que eu não fui, este é dos melhores!

Agora vão estar aqui batidinhos todos os Verões.Muito bem.

Tsubasa Ozora disse...

se tivesse $ para andar a matar curiosidades que tenho, ir ver mtos concertos seria uma das minhas actividades recorrentes em todos os veroes, e com certeza teria escolhido este.

nunca me dei ao trabalho de andar a ler reviews de concertos de certas bandas lá por fora, mas o que é certo é que o publico portugues emana qualquer coisa que a maioria dos outros povos nao tem... nao sei se é advindo do facto de termos passado anos a fio com concertos às pinguinhas e o pessoal ter-se habituado a desfrutar a vinda de certas bandas como se fosse o ultimo concerto de determinada banda antes do fim da humanidade.
a contrapôr a isto que acabei de dizer, estao os Metallica (que eu e o No plans ja vimos por 2 vzs) e que parecem puxar pelo pessoal como se toda a gent q foi ver o concerto estive lá pela 1ª vz e como se o concerto fosse o ultimo.
concluindo: acho que o povo portugues vive de emoçoes palpaveis, do momento, e se calhar é por isso que somos um povo com pouca esperança em relaçao ao que quer que seja. alguem me disse uma vez que a felicidade nao é uma meta para se alcançar mas sim algo que deveremos sentir permanentemente (claro que é impossivel), mas que está a explicaçao: durante os concertos das "nossas" bandas, somos felizes, estamos em comunhao com os tipos do palco, nem que seja para curtir as musicas mais tristes (como acontece comigo ao ouvir Fade To Black dos Metallica ou Gorecki dos Lamb, que também já vi ao vivo há 8 anos).

Já agora: alto post. gostei do comentario do No plans, do artigo do gajo e senti inspirado no meu comment. lol

No plans disse...

Ainda bem que gostaste do post e que este te inspirou a comentar com mais feeling do que o habitual.

Realmente a música é uma paixão que temos em comum, bem como algumas das bandas que adorámos (Metallica, Prodigy entre outras) e assistir a um concerto de uma banda preferida é realmente poderes dizer que os viste (literalmente) e interagir com eles.

Simplesmente priceless...e este ano é para estourar dinheiro a ver bandas, vêm ainda cá a Portugal, Skunk Anansie, Rammstein, Massive Attack e Muse...Ah pois é!

Tsubasa Ozora disse...

pois, ate ao fim do ano vai do caraças! e entao Novembro é para levar um gajo à falencia!